sexta-feira, 8 de março de 2019

A FAMILIA DE ISAQUE E REBECA

E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe. Gn 24.67.

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Não é difícil conjecturar que havia um forte laço entre Isaque e Sara sua mãe, o falecimento de Sara causa uma situação de perda irreparável para Isaque, um jovem solteiro de quarenta anos que ainda vive sob os cuidados da mãe. Gênesis 24.67; 25.20.
            A formação da família de Isaque surge mediante uma carência afetiva. A morte de sua mãe gera em seu pai o entendimento de que o filho carecia de um consolo feminino para continuar sua jornada. A escolha do cônjuge obedece a critérios pessoais do pai, “Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava tudo o que possuía: Põe a mão por baixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus do céu e da terra, que não tomará esposa para meu filho das filhas dos cananeus, entre os quais habito; Mas irás à minha parentela e daí tomarás esposa para Isaque, meu filho”. (Gênesis 24.2-4).
         A trajetória conjugal de Isaque, assemelha-se muito com a de seu pai Abraão, ambos casaram-se com mulheres lindas, tiveram que lidar com a questão da esterilidade e o desejo de um rei por suas mulheres. Algumas dessas situações poderiam ter sido resolvidas sem grandes agravamentos caso Isaque estivesse aprendido com o erro de seu pai. O caso de Abimeleque é um desses, onde Isaque repeti o mesmo palavreado do pai quando “perguntando-lhe os homens daquele lugar a respeito de sua mulher, disse: é minha irmã; pois temia dizer: É minha mulher; para que, dizia ele consigo, os homens do lugar não me matem por amor de Rebeca, porque era formosa de aparência” (compare Gênesis 12.12,13 com 26.7).
            Pelo que tudo indica, Isaque e Rebeca foram mais prudentes no que diz respeito a resolver a questão da esterilidade, enquanto seu pai buscou vias alternativas, Isaque orou ao Senhor (Gênesis 25.21). Não existe registro de insatisfações, rixas, ou discórdias entre Isaque e Rebeca, nem tão pouco algum sofrimento ocasionado devido a sua esterilidade. Entretanto, não há dúvidas de que o caso incomodava toda a família, uma vez que o natural era a procriação, a fertilidade e não a ausência de filhos nos relacionamentos.

OS CONFLITOS MARCANTES
            Tudo aponta para nos informar que “O casamento de Isaque foi precedido de muitos cuidados e muita oração. Os noivos se juntaram certos da inequívoca direção de Deus. Mas, Isaque não se ligou a Rebeca apenas porque era a mulher indicada: ele também a amou (Gn 24.67). À semelhança de Sara, Rebeca era ‘muito bonita’ (Gn 24.16) e solícita.” .[1] O primeiro grande conflito que surge na vida conjugal de Isaque e Rebeca é a questão da esterilidade, caso que como já mencionamos foi resolvido com oração.
            O surgimento dos filhos pode ter trago à tona os conflitos e insatisfações internas até então não revelados, o distanciamento dos familiares, o provável esfriamento do amor conjugal e uma gravidez dupla são fatores a serem observados para algumas decisões tomadas pelo casal a parti do surgimento dos descendentes. O relato bíblico registra que desde o casamento ao nascimento dos filhos foram vinte anos. Registra ainda, que “Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó” (Gênesis 25.20,26, 28). Esse modelo de distribuição de afeto gerou uma grande dificuldade para a harmonia conjugal. O filho amado pelo pai resolve tomar para si mulheres que desagradam a mãe (Gênesis 27.46).
            O filho primogênito, com uma vida mais distante acabou por não valorizar o estado da primogenitura até o dia em que a perdeu. A proximidade da mãe por Jacó o incitou a manipular a Isaque a ponto de gerar uma situação de extremo risco, tendo inclusive a possibilidade clara de um fratricídio. O complô seguido por uma fraude, onde a mãe apresenta-se como pivô de um esquema em que, em um primeiro momento aparenta ser totalmente distorcido, vai ser esclarecido apenas anos depois em Hebreus 12.16.
            O que se pode inferir de tudo isso para a vida, são algumas lições lógicas, tais como: Em todas as familiais existirão conflitos, porém, quando esta serve a Deus com seriedade, pode sem receio levar suas demandas a Deus. Outro ponto interessante é compreender que o tempo é amigo das famílias, oração e tempo, podem contribuir para a solução de algumas questões. Desta forma, torna-se possível aprendermos algumas coisas com esta família, e assim, aprimorarmos as nossas, não nos acomodando com os erros como se fosse algo natural, mas, entendendo que em toda família surgem problemas, todavia, podem ser sanados com oração e busca de Deus.


[1] In: < http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/283/isaque-e-rebeca>

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