Reginaldo de Matos
Araújo[1].
RESUMO
Procurando atender exigências
da disciplina, Análise de Romanos, sob a docência do Professor Iury Dias,
utilizando-se de pesquisas bibliográficas tanto da bíblia como de literatura
teológica referencial, é apresentado neste trabalho de forma concisa uma análise
sobre a Doutrina da Justificação, aborda-se definições de termos desde sua
origem. Discorre-se sobre divergências com a santificação e destaca-se a
exclusividade de Deus no ato de tornar o homem justo.
Palavras-chaves:
Doutrina, Justificação,
Justo.
INTRODUÇÃO
Para que haja uma
compreensão mais ampla do assunto, o trabalho trás algumas definições sobre o
termo Justificação. Dado a limitação proposta para o escrito, procura-se ser
objetivo e conciso. O texto não promete sanar todas as divergências do tema
(caso exista), no entanto, procura mostrar a eficiência e importância da
Doutrina da Justificação.
Em tempo, trata da
eficiência da justificação realizada na vida do homem, destacando a inutilidade
da ação do homem nesse ato e ratificando o fato de que o processo desta
justificação partiu de Deus para o homem e não ao contrário. Obviamente, que ainda
muito pode ser escrito sobre este tema de uma relevância tão singular para a
humanidade e que estas linhas não conseguem descortinar nem as primeiras
camadas do véu que obscurece nosso entendimento.
DEFININDO TERMOS
De
acordo com o dicionário Vine (VINE; UNGER e WHITE JR., 2002, p.733). O
substantivo “dikaiwsiv denota o ato de pronunciar justo, justificação, absolvição.”
Ainda segundo Vine, “seu significado preciso é determinado pelo verbo dikaiów,... é usado duas vezes na
Epistola aos Romanos, e só ali no Novo Testamento, significando o
estabelecimento de uma pessoa por quitação de culpa.”
O
livro A Doutrina da Predestinação (SILVA,1989, p. 123), declara que “A palavra
‘justificar’ ocorre trinta e nove vezes no Novo Testamento; vinte e sete das
quais nas epistolas de Paulo.” Segundo
Silva, “Essa palavra, pois pode indicar a correta posição forense, ou pode
também subentender aquela correta posição que é declarada porque o indivíduo
envolvido é realmente justo ou reto, participando realmente da santidade de
Deus.”
Boyer
(IBAD,sd. p.446), define justificação como sendo o “Ato, pelo qual o homem,
passando do pecado ao estado da graça, se torna digno da vida eterna.” Ainda
para Boyer, justificado é aquele que é “Reconhecido por inocente”. Para
Buckland, (1981, p.258).
A
justificação diz particularmente respeito à nossa verdadeira relação com Deus,
não se tendo em vista a condição espiritual, mas a situação judicial. Esta
verdadeira comunhão com Deus foi comprometida pelo pecado, de que resultou a
culpa, a condenação e a separação. A justificação compreende o resurgimento
dessa comunhão, sendo removida a condenação pelo perdão, a culpa pela justiça,
e a separação pela boa vontade. A justificação significa realmente a
reintegração do homem, na sua verdadeira relação com Deus. É, então,
considerado como justo, aceito perante Deus como reto com respeito à lei
divina, sendo, portanto restaurado a sua primitiva posição.
As
definições apresentadas servem-nos para comprovar que a justificação é por
natureza uma ação inteiramente divina, não cabendo ao homem tornar-se justo,
sem que esta justiça seja imputada por Deus.
A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
A doutrina da Justificação é divergente da
santificação. Uma vez que a santificação é uma realização interna, ou seja, o
homem pode viver em processo de contínua santificação, (Ap. 22.11) enquanto a
Justificação é uma realização única feita por Cristo na vida do homem por
intermédio da fé de acordo com o Apóstolo Paulo (Rm 5.1).
Uma característica marcante na
Justificação é sua abrangência, uma vez que ela alcança todos os tempos,
passado, presente e futuro. Ao falar sobre o problema do pecado entre a alma e
Deus, Severino Pedro da Silva, (1989 p. 125) declara que esta questão foi
resolvida para sempre quando afirma que, “É possível o crente ser um filho
desobediente, e assim necessitar de correção e castigo do pai (cf Hb 12.6), mas
nunca mais pode ser considerado pecador perdido e sujeito à condenação do
juiz.”
A doutrina da justificação, dentre muitas
finalidades, serve-nos para mostrar nossa inutilidade em busca de sermos
justos, uma vez que esta é uma tarefa impossível, partindo de nós. O máximo que
podemos é praticar a justiça e ser grato, por Deus ter-nos feitos justos aos
seus olhos quando perdoou nossos pecados e revogou a pena que era contra nós
(Cl 2.14).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se,
portanto, que a Justificação é um ato inteiramente divino, é a imputação da
justiça de Deus ao homem pecador, a abolição da ofensa, é uma ação que procede
de fora pra dentro, ou seja, vem de Deus ao homem e jamais ao contrário, em
hipótese alguma o ser humano pode se autodeclarar justo em relação a Deus.
Entretanto,
uma vez que Deus declara o homem justificado nada pode mudar este estado, a
justiça de Deus na vida do homem alcança todos os tempos de sua existência,
passado, presente e futuro. Mesmo que careça do perdão do pai, não precisará
mais de ser justificado diante do juiz da eternidade.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
VINE, W.E;
UNGER, Merril F.; WHITE JR.,William. Dicionário Vine: O significado exegético e Expositivo das palavras
do Antigo e do Novo Testamento. Rio de Janeiro, RJ: CPAD, 2002.
BOYER, Orlando S. Pequena
Enciclopédia Bíblica: Dicionário, Concordância, Chave Bíblica e Atlas
Bíblico. Pindamonhagaba, SP: IBAD, sd.
SILVA, Severino Pedro da. A
Doutrina da Predestinação. Rio de Janeiro: CPAD, 1989.
BUCKLAND, A. R. Dicionário
Bíblico Universal. São Paulo, SP: Vida, 1981.