quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Quando a distração nos impede de ouvir a Deus




Jeremias 22.29
Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor!



Na década de 90 li um livro de James Long, intitulado: Por que Deus fica em silêncio quando mais precisamos dEle? O livro não é essa coisa toda, mas nos faz refletir sobre algumas atitudes de nossa jornada cristã. Dentre algumas questões, nos faz pensar sobre o silêncio de Deus em meio as aflições. Também, nos leva a compreensão de que Deus jamais se cala e que está sempre falando e conduzindo seu povo. E o que realmente acontece é que deixamos de ouvi-lo e a razão são as muitas vozes que nos rodeiam, são as grandes distrações que vem para tirar nossa olhar e atenção de nosso guia. Mostra-nos ainda, que a Bíblia continua sendo a maneira mais segura de ouvirmos a voz de Deus em meio aos temporais.
Agora, fico a me perguntar! Se Deus está sempre falando e guiando seu povo, qual a razão de vermos tantos cristãos, líderes e liderados caminhando como se não soubessem para ondem vão? Qual a razão dessa busca frenética por gurus da vivência? Qual o propósito de se ter tanto fascínios por treinadores emocionais, motivadores pessoais ou no linguajar atual coachings?
Será se por acaso não estamos sendo distraídos pelos brinquedos do mundo atual? Será se não estamos vendo uma multidão caminhando abismada e encantada com o presente século, assim como fica uma criança ao entrar no parque de diversão pela primeira vez? É preocupante observar que grande parte dos cristãos já não creem em Deus como diz as Escrituras. (Jo 7.38).
Já não percebemos uma fonte de água viva jorrando do coração dos crentes, eles correm desesperados em busca de águas em outras fontes, isso é muito preocupante. Quando somos saciados pela agua viva de Cristo, todas as demais águas deste mundo são insignificantes e já não são suficientes, nada, novo ou velho que o mundo oferece pode se comparar com o que já recebemos de Cristo.
Assim como a mulher samaritana, que após receber da água que Cristo lhe deu, largou seu cântaro junto a velha fonte de Samaria, de igual modo, precisamos ter coragem de abrir mão de certas águas ilusórias do mundo e nos deleitar em Cristo Jesus, só assim teremos água em nós (cf Jo.4; 7.39). Pois não precisaremos buscar em nenhum lugar, uma vez que Ele já colocou dentro de nós uma fonte inesgotável. Cristo é suficiente para conduzir a seu povo. Que nenhuma distração deste mundo nos impeça de continuar ouvindo a voz de nosso guia, JESUS CRISTO.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

O pastor e seus corners



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Pr. Reginaldo de Matos Araújo.
Novembro, 2019

Lutas corporais não são exatamente a minha paixão e tenho razões de sobra para isso, diga melhor aquelas pessoas que me conhecem. Todavia, costumo em raras ocasiões assistir uma luta profissional, que seja box ou outra qualquer. A razão é que gosto de olhar as estratégias, a coragem nos olhos dos participantes, o medo ocultado, a insegurança não revelada e as maneiras surpreendentes como se desenrolam um round.
O lutador no ring se apresenta sempre como aquele que vai ganhar, mesmo sabendo que só sairá dali um vencedor. Naturalmente, nenhum entra, pelo menos revelando isso, com o sentimento que vai perder. A razão disso na maioria dos casos não é pelo fato de ele mesmo se considerar o melhor, mas sim, porque foi treinado para ganhar.
O que leva o lutador a entrar tão entusiasmado para a luta? O que faz com ele volte para o segundo round mesmo após ter levado vários socos no primeiro round e seu oponente ter si revelado mais eficiente? O que leva um lutador a vencer o segundo round mesmo tendo perdido o primeiro? Você deve estar imaginando “ah pastor, são muitas coisas, treinamento, foco, determinação, força e coisas do tipo”. Realmente tudo isso faz a diferença, mas, no calor da luta, quando o sangue desce, a pressão aumenta, as vaias chegam e os aplausos fogem, tem alguém ali que faz todo a diferença na vida do lutador. São os corners.
Esses homens, ficam ali por 2 minutos entre um round e outro ao lado do seu lutador. O lutador é a grande estrela, todos estão de olho nele, as esperanças, as apostas, a foto na primeira capa do jornal. São eles, os lutadores que dão a cara a tapa, vão à luta, entregam seu corpo para a batalha. Erguem o troféu ou não. Mas, para que ele assim faça, há um trabalho, uma equipe, alguém por trás. O trabalho dos corners começa cedo, nos treinos, no vestiário, no córner.
Geralmente são três os que vão ao ring, ao córner. Esses homens conhecem seu lutador, suas fraquezas, limitações, características, pontos fortes e fracos, seus limites, seu peso, sua envergadura. Eles têm uma visão da luta, não a mesma do espectador, do torcedor, do apostador. Eles não assistem a luta como os demais, eles enxergam caminhos, não estão ali apenas para gritar com o lutador. Quando se encerra um round, eles entram em cena, os três estão ali, junto ao lutador cada um com a sua função, um da agua, gelo, outro alonga, faz uma massagem e geralmente apenas um fala. Disse certo treinador “temos dois minutos de intervalo, deixe ele vir com calma, use alguns segundos para acalmá-lo, deixe respirar fundo, entender o que está acontecendo para depois vir com as instruções. Fale pouco, somente o principal, sinta como está seu atleta novamente, se precisa de um choque de realidade para acordar ou se precisa acalmá-lo. Nessa hora podemos salvar a luta ou colocar tudo a perder de vez. ”[1]
Na vida pastoral, ministerial, não é diferente. Estamos sempre no ringue, o detalhe, é que “não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. ” (Ef 6.12). Todavia, estamos em constante luta. E não são poucas as vezes que estes lutadores se encontram sozinhos no ringue. Falta-lhes os corners.
Para estes, que não tem essas pessoas ao seu lado quando encerra-se um round é desalentador. Sentar-se no canto do ringue, sem ninguém para afagar suas costas com gelo, fazer uma massagem, acalmar você e mostra-lhe uma visão da luta pode ser o fim de muitos lutadores. Para aqueles que tem seus corners, a luta se torna diferente. Ele volta para o ringue diferente, alentado, sabendo que no final do próximo round terá alguém ali no canto esperando por ele, para orientar, dar força e ajuda-lo.
Pastor, líder cristão, quem são seus corners? Eles te conhecem? Conhecem suas limitações? Guardam isso para si ou revelam a seu oponente? Todos nós precisamos de alguém a beira do ringue, que vá até nós nos intervalos de cada round, que mesmo não entrando no confronto direto você saiba que luta com você. O córner, precisa ser alguém lúcido, que conheça as nuances da luta, que saiba de seu potencial e seja capaz de estimular você a continuar lutando.
Hoje, temos muitos lutadores e poucos corners de verdade. Temos muitos lutadores espirituais morrendo no ringue, abandonando a luta, pois olha para o canto só ver uma cadeira vazia. Encontre seu córner! Seja o córner de alguém! Essa pessoa pode ser um amigo, um irmão, uma esposa, esposo, alguém que te conheça de verdade e esteja disposto a vencer com você.
Deus pode estar nos chamando não para os holofotes, não para a luta direta, mas sim, para sermos aqueles que apoiam, ajudam, orientam, acompanham. De forma que precisamos participar da luta, não importando qual seja nossa função no ringue. Não fique de fora, essa peleja também é sua, mesmo que não tenha que pelejar, pois o senhor pelejará por vós. Envolva-se no reino de Deus. Seja um córner.

Em Cristo Jesus,
Reginaldo de Matos Araújo



[1] CAZOLARI, Felipe. Córner: Função, importância e responsabilidade. In: https://yoksutai.com

Isaías e o seu tempo, nós e nosso tempo. Como vamos reagir?

Reginaldo de Matos Araújo [1] 31 de Dezembro, 2022.   No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto...