terça-feira, 25 de dezembro de 2018

SOBRE O SUICÍDIO PASTORAL



Pr. Reginaldo de Matos Araújo.

Em minha curta carreira pastoral, não presenciei tantos noticiários sobre suicídios de pastores como nos últimos cinco anos. Existe uma onda de desastre mortal que tem assolado esta classe de servidores do Reino.
Em tempos passados, morrer no/por causa do reino de Deus era motivo de honra. Alguns encaravam o martírio como algo digno e honroso, a morte, por trabalhar e se desgastar no serviço cristão era o triunfo do trabalhador do evangelho.
Em uma rápida passagem pela história da igreja, percebemos que a grande maioria dos líderes do primeiro ao quarto século foram perseguidos e mortos. A máxima destes líderes, era: Agradar a Deus e não a homens.
Vejamos alguns poucos textos bíblicos que balizavam estes servos e tiremos nossas conclusões:
"Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo."  (Gálatas 1:10);
"Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus."  (Romanos 8:8)
"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam."  (Hebreus 11: 6);
"Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus." (Colossenses 3: 22)
"Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus;" (Efésios 6: 6);
"Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações."  (I Tessalonicenses 2: 4).
Não estou ignorando as lutas e desafios do presente século que assolam o pastoreio atual. Eu mesmo, reconheço que são muitas e grandes. Mas, também reconheço que vivemos em uma época de competição muito acirrada, onde, lamentavelmente, muitos líderes cristãos têm entrado nela.
A depressão também não pode ser ignorada, é, de fato uma realidade. Todavia, muitos dos fatores que levam a esta enfermidade tão desastrosa pode ser evitada com receitas antigas e boas. Principalmente por líderes cristãos.
Nesta época de isolamento, é preciso, ouvi o que os velhos conselhos de Richard Baxter[1] tem a nos oferecer.
Primeiro:[2] “[..] teremos oportunidade maior de impressionar o coração da pessoa a quem falamos a verdade quando nos dirigirmos à necessidade particular do indivíduo, dizendo ao pecador: "És tu o homem", como fez Natã, mencionando claramente seu caso particular, apresentando a verdade com conhecimento adequado. ”
Muitos vivem para impressionar, o título de pastor, é alto demais para se misturar com outros humanos, passam seus dias em busca de impressionar pessoas. Querem mostrar sua capacidade, seu trabalho excepcional, sua família disciplinada, seu carro semelhante ao do médico da igreja, do engenheiro, do empresário e assim por diante.
Seus diplomas precisam ter a mesma validade que os demais, chancela das grandes universidades, passeios dignos de “pastor”, conviver no mesmo ambiente que os demais da sociedade moderna e cosmopolita dos grandes centros urbanos convivem.
Qualquer coisa menor que isso é não está no centro do chamado de Deus. Os amigos são escolhidos a dedos e assim por diante. A lista não para e o sufoco aumenta.
Na ânsia de ajuntar pessoas e para não as perder, muitos ministros tem sufocado o ministério que Deus lhes deu. Assim, procuram agradar mais as pessoas que a Deus, não querendo falar a verdade para não as machucar. Com isso, vão sofrendo do que chamo de “atrofia pastoral”, sua autoridade vai sendo minada, sua razão de existir como guia do rebanho vai perdendo o sentido e sua caminhada vai a cada momento tornando-se em um amontoado de passos sem significado.
Segundo:[3] “[...] disponham-se unânimes à prática da disciplina da Igreja, a qual é, indubitavelmente, parte necessária de seu trabalho. Infelizmente, bons homens se acomodam e negligenciam tão grande dever. O clamor comum é: "Nosso povo não está pronto para isso; não suportarão a disciplina". Mas, de fato, não é verdadeiro que alguns pastores não querem sofrer os conflitos e os rancores que a disciplina poderia ocasionar? Se, na verdade, proclamarmos que nossas igrejas não são capazes de manter a ordem e o governo de Cristo, nada mais estaremos fazendo, senão entregar a causa aos que se nos opõem e encorajar as pessoas a procurar outras sociedades em que não sejam disciplinadas. ”
Toda a autoridade pastoral em relação a disciplina da igreja tem sido aos poucos usurpada. Disciplinar é palavra arcaica e sem sentido na conjuntura atual. Não são mais pastores, são coachs, são psicanalistas e coisa do tipo. Quando nossa autoridade de guias espirituais é tirada, nossa existência também não faz sentido.
Por fim:[4] Temos de ter uma atitude mansa e condescendente para com todos. Primeiro temos de dispor as pessoas ao aprendizado por meio do exemplo de nossa própria prontidão para aprender. Ensinamos e aprendemos ao mesmo tempo. Não deveríamos ventilar conceitos próprios cheios de orgulho, desdenhando os que nos contradizem, como se tivéssemos atingido o cume do conhecimento e nos assentássemos para ensinar o povo aos nossos pés. O orgulho é um vício que não cabe a homens que deveriam demonstrar humildade na condução de pessoas para o céu. Deveríamos cuidar que, conduzindo pessoas para o céu, a porta não seja estreita demais para nós mesmos. Como disse Grócio: "O orgulho nasceu no céu, mas, como se esquecesse que o caminho de lá se fechou, é impossível que ele para lá retorne". O Deus, que lançou do céu o anjo orgulhoso, não acolherá um pregador soberbo. Devemos nos lembrar, pelo menos, de que recebemos o título de ministro (servidor). A raiz do orgulho alimenta todos os demais pecados. Daí a inveja, as contendas, a falta de paz dos pastores; daí os impedimentos da reforma espiritual. Todos querem liderar, poucos aceitam seguir ou cooperar. Daí, também, a falta de proficiência de muitos ministros, pois são orgulhosos demais para aprender. A humildade lhes ensinaria outra lição. Digo, a respeito dos ministros, o que Agostinho disse a Jerônimo, falando sobre os mais idosos entre eles: "Embora seja mais aprazível aos idosos ensinar do que aprender, muito mais digno é aprender do que permanecer ignorante".
É lamentável, quando chegamos em nossas convenções, retiros, grupos onde existem muitos pastores, ao invés de encontrarmos um ambiente de liberdade, fraternidade e mansidão. Encontramos homens e mulheres orgulhosos, arrogantes, olhando por cima, procurando onde estar um “pastor menor”, a razão? Revelar que sabe mais, que pastoreia melhor, que ganhou mais almas, que tem uma igreja maior e assim por diante.
Mesmo que tais indivíduos, estejam totalmente destruídos por dentro, não se curvam, não choram, não se humilham. O resultado geralmente é trágico. O presente texto não pretende ignorar a realidade individual e as lutas internas que cada líder enfrenta, apenas convidar a uma reflexão. Pense nisso.
Pirenópolis, Goiás, 25/12/2018.


[1] BAXTER, Richard. Manual Pastoral de discipulado. São Paulo; Cultura Cristã, 2008.
[2] Ibidem, p.152
[3] Ibidem, p.30
[4] Ibidem p.97

terça-feira, 25 de setembro de 2018

O PAPEL DA IGREJA NO SÉCULO XXI


1 Pe 2.9,10

Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.

A Igreja sempre exerceu função de suma importância para a humanidade, desde sua criação ou fundação por Cristo, ela vem causando impacto gradioso neste mundo. Durante séculos incomodou impérios, reis, governos tanto da terra como os principados espirituais. Também exerceu poder de mudanças drásticas em muitas nações e povos, vidas foram totalmente modificadas, nações foram construidas pela força da Igreja, sua mensagem se propaga durante os séculos com uma velocidade gigantesca. Em menos de cem anos a igreja primitiva conseguiu anunciar o evangelho de Cristo a praticamente todo o mundo do primeiro século
Mas hoje qual tem sido o papel da igreja diante da sociedade pós-moderna? Qual o tamanho do impacto causado pela Igreja diante da sociedade? A quem ela incomoda? O que ela precisa fazer para continuar ativa e emergente? Em suma qual o papel da Igreja no século XXI?
Nesta mensagem desejo falar com voçês, algumas funções que a Igreja precisa continuar exercendo para apresentar-se como genuina representante de Cristo. Para isto É importante que a Igreja tenha consciencia de quem ela é. Se não sabemos quem somos, não saberemos quais são nossas responsabilidades. Só tendo esta consciência é que podemos exercer com eficiência nosso papel como cristãos.
1 – A IGREJA DO SÉCULO XXI
1.1 – É a Igreja dos últimos dias. Esta Igreja precisa está mais diligente que a Igreja Primitiva, mesmo sabendo que não é esta, outra igreja senão a continuidade daquela, todavia, ao atentarmos com mais atenção para a palavra de Deus não seremos pegos de surpresa, nem vitímas das ciladas do diabo. O mundo atual é o retrato descrito pelo Apóstolo Paulo a mais de dois mil anos a trás, senão vejamos.
Escrevendo a sua 2ª carta a Timóteo no capitulo três e versículos uma ao cinco ele afirma o seguinte: “Lembre disto: nos últimos dias haverá tempos difíceis. Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão respeito pela religião. Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem. Serão traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a Deus; parecerão ser seguidores da nossa religião, mas com as suas ações negarão o verdadeiro poder dela. Fique longe dessa gente!” NTLH
É possivel observar algumas caracteristicas dos últimos dias neste texto, vejamos; os homens são descristos como:


a)      Difíceis
b)      Egoístas
c)      Avarentos
d)     Orgulhosos
e)      Vaidosos
f)       Xingadores
g)      Ingratos
h)      Desobedientes aos pais
i)        Não teram respeito
j)        Sem respeito pelas coisa sagradas
k)      Sem amor para com os outros
l)        Caluniadores
m)    Incontroláveis, sem dominio próprio
n)      Violentos e inimigos do bem
o)      Traidores
p)      Atrevidos e orgulhosos
q)      Amando mas os prazeres terrenos do que a Deus
r)       Falsos seguidores de Cristo


Mesmo sendo tempos difíceis, é importante a conscientização de nossa responsabilidade para com a pregação da palavra de Deus, ainda escrevendo a Timóteo Paulo o adverte dizendo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.”2Tm 4.1-5.
1.2 É a testemunha viva de Cristo – Lucas registra em Atos 1.8 o seguinte; “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. É interessante esta posição da Igreja como testemunha de Cristo, uma das principais caracteristicas das testemunha é ter presenciado o fato, ou seja, ter pleno conhecimento do ocorrido. No caso de ser testemunha de Cristo não pode ser diferente, é nescessário que suas testemunhas o conheçam plenamente, tenham estado com Ele, ouvido sua voz, ou seja, tenha uma experiencia pessoal com Cristo.
1 Jo 1-4 “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa
A Igreja do século XXI precisa conduzir pessoas para um verdadeiro encontro com Cristo o salvador. A melhor maneira é conhecendo Ele.
“Jo.4. 19-42 “Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta. 20Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. 21Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. 23Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. 24Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. 25Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. 26Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.... 28Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! 30Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele. 39Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito. 40Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias. 41Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra, 42e diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.”
Reflexeção.
Você conhece realmente Jesus?
Você é capaz de testemunhar com precisão a respeito d’Ele para outra pessoa?
2 O ALCANCE DA IGREJA NESTE SÉCULO
Será se o alvo de Cristo através de sua Igreja tem sido alcançado? Multidões de pessoas tem se agregado a várias denominações, com a esperança de alcançar algum benefício por parte de Cristo, pois estes ouviram uma propaganda que todos os seus problemas seriam resolvidos neste lugar. Para decepção dos tais, a maioria fica sem receber aquilo que lhe foi proposto, conssequentimente zangados com Cristo. Quem são estas pessoas? Vejamos:
2.1 – Aqueles que querem satisfazer sua ganância material. pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” Tg 4.3.
2.2 – Aqueles que adoram a criatura em detrimente do criador.pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” Rm 1.25
2.3 – Aqueles que querem a benção mas repugnam o abençoador.E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.... Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou.... Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu. E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu?” Jo 6.2. 26,27,41,42
2.4 – Aqueles que amam a Cristo mais que suas próprias vidas.Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” Fp 1.21 “Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.” At 5.29
3 – O EXERCÍCIO E PAPEL DA IGREJA
Apesar de vivermos em uma época totalmente contaminada pelo pecado, nós, Igreja do Senhor Jesus, não podemos em hipótese alguma sermos omissos com nossas responsabilidades de representante de Cristo; Para tanto, precisamos tomar algumas posições afim de que possamos com maestria desenvolver esta sublime missão misão. Vejamos algumas delas.
3.1 – Ter coragem de ser diferente. Apesar de estarmos no mundo, não podemos em momento algum esquecer de que não pertencemos a ele. As palavras do Apóstolo Paulo quando diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.2. reforça esta necessidade.
Ser diferente não é está totalmente alienado do mundo, pois se assim fosse Jesus teria falado, é portanto saber viver no mundo sem ser por ele contaminado, a oração de Jesus em João 17.15, “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.” reforça este argumento, ser diferente por tanto, é tomar uma posição ao lado de Cristo.
A verdade é que muitos não querem tomar esta posição, por acharem pesada ou simplesmente por não compreenderem a importancia nela implicita. O certo é, que as palavras de Jesus nos conduzem para este entendimento, senão vejamos:
Mt 16.24-26 “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?”
Mt 5.37 “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.
Mt 5.44-47 “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”
Qual tem sido a nossa posição hoje em relação a tanto liberalismo existente em nossos dias? Consideraremos tudo relativo? Ou nos manteremos como modelo de santidade nesta terra e não nos contaminaremos? Será se estamos dispostos a fazer como Daniel? Dn 1.8 “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.”
3.2 – Ter desejo e determinação para anunciar o evangelho de vida eterna. As denominações e pregadores da atualidade tem achado mais fácil anunciar um evangelho que satisfaça as necessidades imediatas da humanidade, que pregar uma mensagem com  pespectivas futuras. Para estes, o céu é uma realidade muito distante.
Mas a verdadeira Igreja de Cristo precisa continuar anunciando que a vida eterna começa aqui é verdade, no entanto, terá o seu àpci nos céus preparado por Deus para o seu povo.
Jo 14.3 “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.”

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O Pastor e o Dinheiro - Parte 1


Falar sobre dinheiro nas igrejas, para muitos, ainda é um grande desafio, tanto pastores, como lideranças veem no tema algo inescrupuloso. Isso se dá tanto devido a escancaradas e vergonhosas atitudes de líderes que são forjados na ganancia e fizeram do ministério uma escada para alcançar uma posição financeira, quanto pelo fato de muitos pastores não saberem como abordar o assunto sem ser contado como alguém que não é chamado por Deus e assim não estar desenvolvendo bem o ministério da vocação.
Por não terem o hábito de falarem sobre dinheiro em suas igrejas, a grande parte dos pastores acaba por formarem em sua maioria, igrejas compostas de pessoas mesquinhas que não conhecem a dádiva de contribuir financeiramente com o reino de Deus e que por sua vez, são igrejas que veem sempre com reservas os proventos pastorais. Isso, sem levar em conta que a grande parte dos pastores (mesmo que seja um contrassenso) não são contribuintes em suas congregações, o que leva consequentemente seus líderes a o acompanharem nessa direção, uma vez que o pastor não tem argumentos para instrui-los nesta questão.
Desta forma, a relação pastor e dinheiro tem sido maculada, mas, em meio a tantos distúrbios morais e éticos, ainda precisamos de homens e mulheres que tenham um caráter forjado em Cristo que viva no presente século sem ser por ele contaminado, um homem de Deus, não pode se esquivar de assuntos como este, ao contrário, precisa mostrar que sendo homem de Deus pode lidar com a situação e educar uma geração sobre valores presentes na vida daqueles que temem a Deus.
Não obstante, algumas questões se fazem necessárias que aprendamos sobre elas, o presente texto, visa apresentar de forma sucinta pontos que se observados podem cooperar para a orientação e instrução daqueles que como eu trilham o árduo, porém gratificante trabalho do pastoreio.

Conhecendo o lugar do dinheiro na vida do pastor e da igreja
Richard Foster escreveu no capitulo seis de livro Celebração da Disciplina (Vida, 1983, p67,pdf) que “Jesus declarou guerra ao materialismo do seu tempo. O termo aramaico para riqueza era “mamom”, e Jesus condenou-a como um deus rival: “Nenhum servo pode servir a dois senhores; porque, ou há de aborrecer um ou amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lucas 16:13, Ed. Rev. Corrigida).
O grande problema do dinheiro é quando ele se torna senhor, da vida do pastor e da igreja. Assim sendo, é preciso saber qual o lugar do dinheiro na vida cristã. Foster ainda tratando sobre o assunto, em Sexo, Dinheiro e Poder (Mundo Cristão, 2005, p45ss) nos leva a uma reflexão ao questionar: “Como pode o Deus Mamom ser subjugado? Nós conquistamos o dinheiro e tentamos usá-lo para bons propósitos? Fugimos dele, em total renúncia e privação? ”
Realmente é difícil encontrar respostas a tais questões, principalmente por não haver uma sistematização do tema nas Escrituras como gostaríamos. Não obstante, as Escrituras nos promovem perspectivas sobre o assunto, em várias situações tratou do tema, (Mt 6.19-24; Lc 18.24; 1Tm 6.6-10; Pv 13.11; Sl 112.5,6; Pv 15.16; e outros).
Para sabermos o lugar do dinheiro em nossas vidas e no reino de Deus, é necessário refletirmos sobre sua influência sobre nós. Só assim saberemos lidar com ele.
Um dos primeiros pontos é o medo em relação ao dinheiro, uns tem medo de possuir pouco, e passar necessidades, vexames e coisas do gênero, outros tem medo de possuir muito e não saber como lidar. Medo de ser visto como gananciosos por estar em busca de mais dinheiro. Para Foster, grande parte desses problemas está relacionado a experiências passados que o individuou teve em relação ao dinheiro.
Em segundo lugar é a dificuldade que muitos têm de reconhecer sua capacidade financeira. Como pastores precisamos reconhecer que independente de quanto ganhamos estamos em uma posição de privilégio, portanto, não podemos avaliar a nossa prosperidade financeira pelo poder de outros indivíduos que estão a nosso redor, sempre terá alguém com maior poder financeiro que nós, sempre terá alguém com poder financeiro abaixo de nós. Aprenda a viver sua própria riqueza e saiba administrá-la.
Em terceiro, pregue sobre dinheiro. Mas, ao pregar evite exaltá-lo ou desprezá-lo, apenas der a ele o seu lugar devido no sistema. Se você tem dinheiro, não se martirize, pensando ser o avarento por não ter distribuído todos os seus recursos aos pobres. Se não tem dinheiro não se desespere, outros tantos, também não tem, e não se envergonhe de ir em busca dele, saiba que ele tem sua utilidade.

Isaías e o seu tempo, nós e nosso tempo. Como vamos reagir?

Reginaldo de Matos Araújo [1] 31 de Dezembro, 2022.   No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto...