Introdução
Quando damos uma olhada na carta aos hebreus, mais precisamente no capitulo dois percebemos a centralidade da mensagem de Deus aos homens, uma grandiosa
advertência, uma grandiosa razão, a salvação. A mensagem de Salvação já foi
apresentada, seu salvador também. Provado foi ser Ele a única alternativa, por
que negligenciar? Por que não demandar um esforço a fim de desenvolver esta tão
grande salvação (conf. Fp 2.12-16). MOODY declara: “Nenhuma calamidade,
influência, força ou circunstância deveria ser tolerada se enfraquece a nossa
esperança de salvação. ”[1]
Aqui apresentamos uma exposição no capitulo dois desta carta aos hebreus e logo precebemos que a referência à mensagem
ministrada por anjos, refere-se a jornada do povo de Israel no deserto.
Apresenta também uma ordem de grandeza da informação, não existe uma implicação
sobre a inferioridade dos anjos no que diz respeito a mensagem anunciada. Mas
sim, uma ratificação de sua importância, se esta mensagem quando desobedecida obteve
a justa punição, muito mais agora que nos é anunciada pelo próprio Cristo.
I
– Cristo o principal anunciador de sua mensagem.
A sequência do anuncio da
mensagem segue a linha de originalidade: (1) Inicialmente o SENHOR; (2) confirmada
por testemunhas oculares; (3) ratificada pelo próprio SENHOR por meio de sinais
e obras maravilhosas, destruições de dons e talentos segundo a vontade do
Espírito Santo.
A revelação da mensagem é
única[2]:
a). É única em sua
origem. Provém diretamente das palavras do próprio Jesus; foi enunciada
primeiro pelo Senhor. Isto significa que não consiste em especulações ou
conjeturas a respeito de Deus. É a voz do próprio Deus que vem a nós em Jesus
Cristo.
b). É única em sua
transmissão. Chegou às pessoas a quem o autor de Hebreus escreve, por meio
daqueles que a tinham ouvido diretamente de lábios de Jesus. Sempre será
verdade que a única forma de transmitir Cristo aos outros será conhecendo-o
"em primeira mão". Nunca poderemos ensinar o que não sabemos e só
podemos transmitir Cristo a outros quando o conhecemos por nós mesmos.
c). É único em sua
efetividade. Esta derivou em sinais, maravilhas e múltiplos atos de poder.
II
– Cristo o representante de todos os homens
Citação do salmo 8.4-6 –
O salmo canta a vitória do homem como representante do governo de Deus, uma vez
que Ele deu a sua criatura o direito de dominar sobre a terra. Agora Cristo é o
novo Adão ele se tornou nosso real representante, sendo assim, esta alusão do
escritor para Cristo é válida.
A principal ideia do
texto infere-se desta forma:[3]
(1) Deus criou o homem só
um pouco inferior a si mesmo para que tivesse o domínio sobre todas as coisas.
(2) Pelo pecado o homem
se sumiu na frustração e na derrota em vez de exercer domínio e possessão.
(3) Neste estado de
frustração e derrota se introduziu Jesus Cristo para que por sua vida, morte e
glória o homem pudesse ser aquilo para o qual foi criado.
O futuro não será
dirigido por anjos, mas sim o próprio Cristo governará de forma única, como
jamais foi visto.
O temporário sofrimento
de Jesus é agora apresentado por este estado eterno de Glória. Vejamos o que
Paulo cita em Romanos 8.18.
III
– Cristo o socorro para todos os homens.
3.1. O sofrimento de
Cristo produziu aos homens salvação, ou como diz o autor, conduzindo muitos
filhos à glória. Cristo é o Autor da Salvação.
Ele agora é a referência
para todo cristão, ele não se envergonhou da humanidade, vestiu-se de homem e
agora mostra aos homens o caminho da santidade, chama-os de irmãos. (Vs 11-13).
Só Ele salva e santifica.
3.2. A Morte de Cristo
foi eficaz, arrancou todo o poder sobre a vida dos homens que se encontravam
nas mãos do Diabo, pois a morte sempre foi resultado do pecado e desobediência
a Deus e o diabo usava a morte para amedrontar as pessoas. Agora em Cristo, o
homem alcança o perdão dos seus pecados e a morte outrora o fim da oportunidade
humana, transforma-se em um expediente para a aproximação do homem a Deus. Ao
morrer e ressuscitar cristo morreu a morte de todos aqueles que reconhecem isso
e pela fé o homem ressuscita com Ele, o que era medo agora transforma-se em
esperança.
3.3. Esta grande obra de
Deus não para anjos e sim para homens;
a) Ele não fez
sacrifícios por anjos
b) Ele se identificou com
as obras de sua mão;
c) Ele compreende o homem
pois escolheu se vestir de homem para resgatá-lo;
d) Cristo se fez sujeito
às nossas paixões humanas “para que pudesse ser misericordioso e fiel sumo
sacerdote”[4]
Considerações
“Para um sacerdote, cuja
função era apaziguar a ira de Deus, socorrer os desventurados, restaurar os
caídos, libertar os oprimidos, seu primordial e extremo requisito era
demonstrar misericórdia e criar em nós tal senso de comunhão. Pois é muito raro
que aqueles que vivem sempre afortunadamente simpatizem com os sofrimentos
alheios”
0 Filho de Deus não tinha
necessidade de passar por alguma experiência a fim de conhecer pessoalmente a
emoção da misericórdia. Entretanto, ele jamais nos teria persuadido de sua
bondade e prontidão em socorrer-nos, não fosse ele provado por nossos próprios
infortúnios. E tudo isso ele nos concedeu como favor. Portanto, quando nos
sobrevêm toda sorte de males, que isso nos sirva de imediata consolação, a
saber: que nada nos sobrevêm sem que o Filho de Deus já o tenha experimentado
em sua própria pessoa, para que pudesse ser-nos solidário. Nem duvidemos de que
ele está conosco como se ele mesmo sofresse a nossa própria dor.[5]
Pr Reginaldo de
Matos Araújo