Reginaldo de Matos Araújo.[1]
Ao analisarmos os desafios para
revitalização de igrejas locais, percebemos que em grande parte está
relacionada com o gerenciamento de pessoas, a gestão de pessoas é ferramenta
importantíssima neste trabalho. Quando compreendemos que “O objetivo da gestão
de pessoas é garantir o equilíbrio entre a organização e as pessoas. Do ponto
de vista organizacional, ela se torna uma peça fundamental para o alcance da excelência
em gestão. É por meio dela que líderes influenciam seus liderados a atingirem
objetivos e metas da organização. ”[2]
O presente artigo, propõe a
apresentação dos desafios encontrados no processo de revitalização de igrejas
locais. Uma vez detectados os desafios, é possível desenvolver estratégias de
ação que possam produzir resultados positivos.
Não é propósito do artigo
trabalhar as questões teológicas inerentes ao bom desenvolvimento do trabalho
cristão. O olhar apresentado dirige-se sobre questões práticas do cotidiano da
vida da igreja local. E do relacionamento igreja/revitalizador.
1 – O desafio de capacitar a liderança local.
1.1 – Líderes que não possuem
habilidades na área de formação e capacitação de liderança. Não conseguem
formar liderança capacitadora.
1.2 – Carência de material humano
nas igrejas locais. Pouca gente disposta a receber treinamento.
1.3 – Resistência na mudança de
paradigma por parte de membros e liderança local. Resistência para receber uma
nova visão de trabalho focada em crescimento e desenvolvimento.
a. – Liderança não quer
comprometer-se envolvendo-se com a nova visão.
b. - Membros e liderança resistentes a saírem de
sua zona de conforto e envolverem-se com novos membros que estão chegando a
igreja. Em grande parte, omitem-se no processo de integração do novo membro.
2 – O desafio da captação e distribuição dos recursos financeiros.
2.1 – Igrejas/Congregações que
dependem de recursos financeiros advindo de uma fonte externa, igreja mãe ou
outras fontes de recursos, como: Aluguéis de imóveis, doações vindas do
exterior, doações de empresas, solicitações de favores a órgãos públicos, etc.
2.2 – Igrejas/congregações onde
não existe um planejamento estratégico para aplicação de recursos visando o
desenvolvimento humano, preferem investir em estruturas físicas em um primeiro
momento e não em pessoas, capacitação de líderes, engajamento com a sociedade
local, investir em métodos e práticas evangélicas, colocar-se como apoio para a
comunidade local, dentre outras.
2.3 – Igrejas formadas/geradas
sem a cultura da contribuição, o ensino sobre a manutenção da igreja pelos
membros, não foi aplicado. Dízimos e ofertas não fazem parte da cultura cristã
da igreja. Essa doutrina não foi ensinada desde o princípio da formação da
igreja.
Efeitos sobre a igreja são:
a. Membros que administram suas
contribuições a seu modo. Usam o dinheiro do dízimo para aquisição de bens para
a igreja ou outras ações, ou seja, cada membro administra seu dízimo.
b. A contribuição do dízimo passa
ser representativa, mas não corresponde ao 10% prescritos.
c. Membros que rejeitam
totalmente a ideia do dízimo, passando até a combater tal ensino entre os
membros.
2.3 – Plantação de igrejas que
levaram muito tempo para iniciar suas responsabilidades com o sustento pastoral.
As razões ´podem ser:
a. Pelo fato de o
pastor/plantador ter uma remuneração extra, emprego, aposentado, etc. e por
isso não necessitar de recursos que venham da igreja em plantação.
b. Quer seja pelo fato de a
igreja mãe sempre sustentar a congregação em tudo e não lhe dar oportunidade de
gerir e desenvolver seus recursos.
c. Ainda, por falta de ensino
sobre o assunto no princípio da plantação, mostrando as implicações
relacionadas a responsabilidade na manutenção da igreja local por parte se seus
membros e congregados.
3 – Desafio da localização da igreja.
3.1 – Igrejas localizadas em
locais de difícil acesso ou em cidades com baixos índices de desenvolvimento
humano, social, econômico e populacional.
3.2 – Igrejas onde existe uma
cultura cristã já enraizada (neste caso estamos tratando da existência de uma
outra cultura evangélica ou católica em uma cidade pequena. Por exemplo, onde o
catolicismo é muito predominante ou já exista uma outra igreja evangélica de
visão teológica diferente (geralmente isso acontece quando esta igreja é de grande
ou médio porte) daquela que se pretende revitalizar. Estes são apenas alguns
exemplos. Lembrando que neste caso estamos tratando de cidades pequenas onde a
primeira igreja a chegar tenha conquistado boa influência e na cidade goze de
prestígio).
3.3 – Igrejas/congregações que se
fecharam para a formação de novos líderes locais, onde apenas uma família está
envolvida na administração e liderança. (Caso muito corriqueiro em cidades do interior).
Considerações
Os três desafios apresentados,
fazem parte de um grande número de igrejas/congregações que enfrentam alguma
dificuldade para tornar aos trilhos ou alavancar seu desenvolvimento.
No presente artigo, o autor
procurou ser sucinto e objetivo. É certo que muitos pontos ainda precisam ser
vistos e estudados, no entanto, espera-se despertar o interesse sobre o assunto
e fomentar desejo por estudos mais aprofundados.