Falar sobre dinheiro nas igrejas,
para muitos, ainda é um grande desafio, tanto pastores, como lideranças veem no
tema algo inescrupuloso. Isso se dá tanto devido a escancaradas e vergonhosas
atitudes de líderes que são forjados na ganancia e fizeram do ministério uma
escada para alcançar uma posição financeira, quanto pelo fato de muitos
pastores não saberem como abordar o assunto sem ser contado como alguém que não
é chamado por Deus e assim não estar desenvolvendo bem o ministério da vocação.
Por não terem o hábito de falarem
sobre dinheiro em suas igrejas, a grande parte dos pastores acaba por formarem
em sua maioria, igrejas compostas de pessoas mesquinhas que não conhecem a
dádiva de contribuir financeiramente com o reino de Deus e que por sua vez, são
igrejas que veem sempre com reservas os proventos pastorais. Isso, sem levar em
conta que a grande parte dos pastores (mesmo que seja um contrassenso) não são
contribuintes em suas congregações, o que leva consequentemente seus líderes a o
acompanharem nessa direção, uma vez que o pastor não tem argumentos para instrui-los
nesta questão.
Desta forma, a relação pastor e
dinheiro tem sido maculada, mas, em meio a tantos distúrbios morais e éticos,
ainda precisamos de homens e mulheres que tenham um caráter forjado em Cristo
que viva no presente século sem ser por ele contaminado, um homem de Deus, não pode
se esquivar de assuntos como este, ao contrário, precisa mostrar que sendo
homem de Deus pode lidar com a situação e educar uma geração sobre valores
presentes na vida daqueles que temem a Deus.
Não obstante, algumas questões se
fazem necessárias que aprendamos sobre elas, o presente texto, visa apresentar
de forma sucinta pontos que se observados podem cooperar para a orientação e
instrução daqueles que como eu trilham o árduo, porém gratificante trabalho do
pastoreio.
Conhecendo o lugar do dinheiro na vida do pastor e da igreja
Richard Foster escreveu no
capitulo seis de livro Celebração da Disciplina (Vida, 1983, p67,pdf) que “Jesus
declarou guerra ao materialismo do seu tempo. O termo aramaico para riqueza era
“mamom”, e Jesus condenou-a como um deus rival: “Nenhum servo pode servir a
dois senhores; porque, ou há de aborrecer um ou amar o outro, ou se há de
chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lucas
16:13, Ed. Rev. Corrigida).
O grande problema do dinheiro é
quando ele se torna senhor, da vida do pastor e da igreja. Assim sendo, é
preciso saber qual o lugar do dinheiro na vida cristã. Foster ainda tratando
sobre o assunto, em Sexo, Dinheiro e Poder (Mundo Cristão, 2005, p45ss) nos
leva a uma reflexão ao questionar: “Como pode o Deus Mamom ser subjugado? Nós
conquistamos o dinheiro e tentamos usá-lo para bons propósitos? Fugimos dele, em
total renúncia e privação? ”
Realmente é difícil encontrar
respostas a tais questões, principalmente por não haver uma sistematização do
tema nas Escrituras como gostaríamos. Não obstante, as Escrituras nos promovem
perspectivas sobre o assunto, em várias situações tratou do tema, (Mt 6.19-24;
Lc 18.24; 1Tm 6.6-10; Pv 13.11; Sl 112.5,6; Pv 15.16; e outros).
Para sabermos o lugar do dinheiro
em nossas vidas e no reino de Deus, é necessário refletirmos sobre sua influência
sobre nós. Só assim saberemos lidar com ele.
Um dos primeiros pontos é o medo
em relação ao dinheiro, uns tem medo de possuir pouco, e passar necessidades,
vexames e coisas do gênero, outros tem medo de possuir muito e não saber como lidar.
Medo de ser visto como gananciosos por estar em busca de mais dinheiro. Para Foster,
grande parte desses problemas está relacionado a experiências passados que o
individuou teve em relação ao dinheiro.
Em segundo lugar é a dificuldade que
muitos têm de reconhecer sua capacidade financeira. Como pastores precisamos
reconhecer que independente de quanto ganhamos estamos em uma posição de
privilégio, portanto, não podemos avaliar a nossa prosperidade financeira pelo
poder de outros indivíduos que estão a nosso redor, sempre terá alguém com
maior poder financeiro que nós, sempre terá alguém com poder financeiro abaixo
de nós. Aprenda a viver sua própria riqueza e saiba administrá-la.
Em terceiro, pregue sobre
dinheiro. Mas, ao pregar evite exaltá-lo ou desprezá-lo, apenas der a ele o seu
lugar devido no sistema. Se você tem dinheiro, não se martirize, pensando ser o
avarento por não ter distribuído todos os seus recursos aos pobres. Se não tem
dinheiro não se desespere, outros tantos, também não tem, e não se envergonhe de
ir em busca dele, saiba que ele tem sua utilidade.
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