domingo, 17 de junho de 2018

O Amor no casamento¹


O que é o Amor?
Amor é uma expressão de generosidade inexplicável, resoluta. É melhor expressado quando esta atitude se refere ao outro e não a si mesmo. (R.M Araújo)
O que acontece com o amor após o casamento?
Frustração é o que muitos casais sentem após algum tempo de relacionamento. A rotina invade suas vidas e tudo se torna natural e monótono. O casamento passa a ser um desafiador exercício de viver a dois. A chegada de filhos ao mesmo tempo em que pode ser encantador, corre o risco de ser o motivo de muitas discórdias. A mulher dedica seu tempo e espaço para a prole, o marido não consegue ter a percepção e compreensão do papel materno, também não foi treinado para desenvolver sua função paterna em conjunto ao amor conjugal.
Os momentos de afeto que surgiam de forma natural e espontânea agora precisam de maior esforço e predisposição. As coisas precisam ser planejadas, raramente acontece o acaso, o ímpeto do amor Eros vai esvaindo a cada dia. É preciso saber encontrar o Eros empacotado no fileo. O fileo é o amor relacionado a amigos e família o Eros é o amor erótico, no casamento estes se fundem e o Eros precisa ser escavado a cada dia, cultivado a cada manhã.
Mas, se ignorarmos este princípio, deixando de ver o fileo e almejarmos só o Eros, rompeu-se com a embalagem, o amor erótico fica desprotegido com o tempo. Ele precisa do fileo para que os anos não o desgastem. O Eros sem fileo é pura atração sexual e não amor.
O Amor é uma planta e precisa ser cultivado.
Como o amor é multiforme, também possui várias formas de ser cultivado. A maneira de cultivar o amor no coração do cônjuge nem sempre a mesma para o coração dos filhos. Os estímulos para acender o amor da mãe nem sempre servem para avivar a paixão do/a esposo/esposa.
Independente disso é preciso saber cultivar o amor no coração do outro. Ser amado, sem dúvidas, proporciona melhor satisfação que amar. Amar é mais caro, enquanto ser amado nos dá mais valor, nos sentimos melhor quando somos amados que quando amamos. Entretanto é preciso saber que a melhor forma de amor é quando ele vem como retribuição.
O amor tem linguagem própria.
Para Gary Chapman o amor tem linguagem e compreender esta linguagem ajuda na hora de expressar este amor. Vejamos:
PRIMEIRA LINGUAGEM DO AMOR- PALAVRAS DE AFIRMAÇÃO:
O amor é também uma forte emoção, está ligada aos sentimentos, sendo assim, nossas palavras podem comunicar amor ou ódio. Muitas pessoas reconhecem que há amor quando existem palavras de afirmação sentem-se amadas quando são elogiadas. Quer seja a roupa que vestem ou o trabalho que executam. O elogio é uma ótima forma de expressar amor, mas existem outras palavras de afirmação que também chegam carregadas de amor, vejamos algumas maneiras de comunicar amor com as palavras.
Comunicando amor com as palavras:
Palavras de encorajamento – Todos nós em algum momento da vida nos sentimos desencorajados a continuar a caminhada, muitas vezes somos tomados por uma avalanche de insegurança que avassalam nossa vida. São nestes momentos que as palavras encorajadoras injetam-nos uma dose de animo para que possamos continuar a jornada. Quando estas palavras veem da pessoa que está mais perto de nós faz toda a diferença. O contrário também é verdadeiro, palavras desestimuladoras podem conduzir-nos ao abismo mais profundo.
 Chapman diz: A maioria de nós possui mais potencial do que poderíamos imaginar que tivéssemos. O que nos segura é, na maioria das vezes, a falta de coragem. Um cônjuge amoroso pode ser um importante catalisador. É natural que seja difícil elaborar e dizer palavras encorajadoras. Talvez não seja sua primeira linguagem. Pode ser que, para você, seja necessário grande esforço para aprender a falar essa segunda língua. Isso será especialmente difícil se você tem um padrão de palavras críticas e condenatórias. Porém, posso assegurar-lhe que seu esforço será recompensado.
Palavras bondosas – Toda palavra vem carregada de sentimento, a maneira como expressamos nossas palavras faz toda a diferença. Não é o que você diz que surte efeito em seu cônjuge, é como você diz que faz toda a diferença. Nas palavras de Gary Chapman “Se você entender errado o motivo da alteração de suas emoções, reconheça o erro e peça perdão. Se a sua motivação for diferente da que ele percebe, explique-a de forma gentil. Você deverá procurar a compreensão e reconciliação e não provar seu ponto de vista como a única forma lógica para explicar o ocorrido. Isso é amor maduro, o tipo que devemos aspirar se buscarmos o crescimento em nossos casamentos.”.
Palavras humildes – a maneira mais básica de explicar esse assunto é dizendo, seu cônjuge é seu cônjuge não seu filho, empregado ou servo. Sendo assim quando queremos algo de nossos cônjuges é preciso entender que precisamos ter a humildade de solicitar um favor, uma gentileza. Portanto nossos pedidos precisam ser visto do ponto de vista de solicitações e mandados.
“O amor faz solicitações, não imposições. Quando dou ordens a meu cônjuge, torno-me pai (mãe) e ele (ela) filho (a). O pai diz ao filho de três anos o que ele deve fazer, ou melhor, o que ele precisa realizar. Isso é necessário porque uma criança nesta idade ainda não sabe como navegar nas traiçoeiras águas da vida. No casamento, no entanto, somos iguais, parceiros adultos. Não somos perfeitos, mas adultos e parceiros. Se vamos desenvolver um relacionamento íntimo, precisamos conhecer os desejos um do outro. Se queremos amar um ao outro, precisamos saber o que ele (ela) pretende.” (Gary Chapman).
Caso você não tenha esta qualidade como forma de linguagem do amor, mas perceba que seu cônjuge precisa dela para se sentir amado(a) esforce-se para desenvolver é uma maneira muito produtiva para o fortalecimento do amor conjugal.
 SEGUNDA LINGUAGEM DO AMOR – QUALIDADE DE TEMPO
Sobre esta linguagem não precisamos discorrer com muitos caracteres, faz-se necessário apenas afirmar que qualidade de tempo é “dedicar a alguém sua inteira atenção, sem dividi-la.” Aqui encontra-se o estar junto, (diferente de estar próxima). Envolve conversa de qualidade, em uma conversa de qualidade existe afeição para ouvir, é demonstração de desejo de envolvimento nos sentimentos do outro. É estar não por obrigação ou mecanicamente, mas envolvido com o coração na conversa e na vida do cônjuge.
Em uma conversa de qualidade existe afeição e sinceridade ao falar. Expor-se não é fácil, mas em um relacionamento que tenha qualidade de tempo, precisa-se tirar tempo para externar o coração. Em fim, qualidade de tempo envolve qualidade de atividade, quando propor-se a fazer algo com seu cônjuge faça da melhor forma possível, pois esta é uma maneira de expressar amor.
TERCEIRA LINGUAGEM DO AMOR – RECEBER PRESENTES
Presente pode ser definido como símbolo visual de amor, nem todos são tocados por presentes como sendo uma linguagem de amor. Nem todos tem a percepção de compreender que presente é uma forma de dizer que ama. Alguns querem dá ou receber presente avaliando-o por seu valor monetário.
Quando falamos que o valor não significa nada em relação a linguagem, não estamos a defender presentes medíocres quando podemos dar coisas melhores. O que digo é que o presente precisa falar por si, só compreende esta linguagem do amor de receber ou dá um presente quem o faz sobre esta ótica. O presente como forma de amar.
Caso você não tenha esta linguagem como sua principal linguagem, mas o seu cônjuge a tem, é hora de você aprender e fazer dela uma de suas linguagens. Fará muito bem para o seu relacionamento.
QUARTA LINGUAGEM DO AMOR – FORMAS DE SERVIR
Essa linguagem se apresenta quando você estiver disposto a realizar aquilo que sabe que seu cônjuge gostaria que você fizesse. Vai desde lavar uma louça a programar uma viagem para Bariloche.
Servi é um desafio. Jesus deixou isto bem claro que servi é uma expressão de Amor.
Em quais áreas você gostaria que seu cônjuge demonstrasse amor para você servindo?
Como você acha que poderia demonstra amor para seu cônjuge servindo-o?
Não confunda servi com ser capacho...
Má compreensão de servi pode causar danos ao relacionamento veja este exemplo: “Eu o sirvo há vinte anos. Isso inclui todas as modalidades de serviço. Sou seu capacho porque ele simplesmente me ignora, maltrata-me e humilha-me na frente dos amigos e da família. Não o odeio. Não lhe desejo mal, mas estou profundamente magoada e não quero mais viver com ele”
QUINTA LINGUAGEM DO AMOR – TOQUE FÍSICO
A relação sexual é um dialeto no que diz respeito ao toque físico.
Um toque físico pode aquecer ou esfriar um relacionamento. A agressividade física tem destruído casamento. Um tapa, um empurrão são toques que transmitem a ideia de “EU TE ODEIO”.
No casamento, o toque de amor existe em várias formas. Levando-se em conta que os receptores ao toque localizam-se por todo o corpo, um afago amoroso em qualquer parte pode comunicar amor a seu cônjuge. Isso não significa que todos os toques sejam iguais. Seu cônjuge apreciará a alguns mais do que a outros. Seu melhor professor, sem dúvida alguma, será seu (sua) próprio (a) esposo (a). Afinal de contas, ele (ela) é a quem você demonstrará amor. Ele (ela) sabe exatamente o tipo de toque que mais lhe agrada. Não insista em tocá-la (o) de seu jeito e em seu tempo. Aprenda a falar o dialeto dele (dela), pois alguns toques podem ser considerados desconfortáveis ou irritantes. A insistência em praticar tais atos pode comunicar o oposto ao amor. Talvez afirme que você não é sensível às necessidades dele (dela) e não se importa com a sua percepção de prazer. Não caia no erro de achar que o que lhe traz prazer também trará a seu cônjuge. (Chapman)
Toques podem ser explícitos ou implícitos, é possível tocar de formas sutis e despertar o amor. Se a primeira linguagem de cônjuge for o toque físico continue explicitamente, caso não seja, vá treinando aos poucos, pois o corpo foi feito para ser tocado.
Geralmente em tempos de crise o corpo mais necessita de ser tocado, mas esse toque deve ser diferente, os abraços são sempre bem vindos nestes tempos.
Por fim, procure descobrir em você e em seu cônjuge qual a sua linguagem do amor, pois assim, viverão de forma mais intensa a graciosa paixão do casamento.
¹Esta palestra foi produzida tendo como base o livro As cinco linguagens do amor de Gary Chapman. Editora Mundo Cristão, 1997. Foram usadas os cinco pilares principais do livro, mas sob uma nova escrita, em alguns momentos fazendo-se uso de citações do autor.

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